O uso de drogas pode levar a um transtorno de ansiedade generalizada?
Para começar o assunto vamos entender o que é a ansiedade. Ela é uma reação comum em situações de dúvida, medo ou que gerem expectativa.
Quando se tem ansiedade diante de problemas ou expectativas reais, como uma entrevista de emprego, ou o nascimento de um filho, por exemplo, ela é completamente normal, é uma espécie de reação de preparo para o que virá. Nesse caso, mesmo que a pessoa não consiga superar o “desafio” a ansiedade favorece a adaptação às novas situações.
Agora, quando a ansiedade começa a vir de forma desproporcional aos acontecimentos, pode se tornar um “Transtorno de Ansiedade Generalizada”, considerada uma doença mental.
No caso da ansiedade, o abuso de drogas pode levar a pessoa a sofrer do transtorno, como também ter ansiedade pode fazer com que o indivíduo passe a usar drogas.
Sintomas de ansiedade
- Tensão e nervosismo constantes;
- Sensação de que algo ruim está para acontecer;
- Pensamentos descontrolados e constantes sobre o problema;
- Irritabilidade;
- Insônia;
- Agitação nos membros superiores e inferiores.
O transtorno de ansiedade generalizada é um distúrbio caracterizado por intensas preocupações, além de irritabilidade, inquietação, cansaço e alterações no sono. Como outras doenças psiquiátricas, o transtorno de ansiedade generalizada é uma doença multifatorial, ou seja, seu desenvolvimento depende do envolvimento de diversos fatores, como o uso de drogas.
Consumo de drogas é uma das causas do transtorno de ansiedade generalizada?
“Além de fatores genéticos, estímulos ambientais podem levar ao surgimento da doença. Portanto, o uso de algumas substâncias psicoativas pode levar ao desenvolvimento de ansiedade”. Não apenas drogas ilícitas, como a cocaína, podem ser citadas, mas também as legalizadas, como álcool e a nicotina presente nos cigarros.
É importante ressaltar ainda que alguns pacientes que já têm transtorno de ansiedade generalizada ou outro distúrbio de ansiedade acabam recorrendo a substâncias para reduzir os sintomas da ansiedade e não procuram o auxílio médico adequado. Apesar de, momentaneamente, aliviarem o problema, estas drogas podem causar consequências, como o consumo sem controle, criando uma bola de neve.
Qual a relação da ansiedade com as drogas?
As pessoas normalmente iniciam o uso de drogas para fugir ou lidar com situações e sentimentos.
Assim, as pessoas consomem as drogas para não passar por situações de estresse ou tristeza e isso acaba agravando ou trazendo alguns problemas, como a ansiedade e a depressão.
Tratamento de dependentes químicos com ansiedade ou depressão.
Pacientes que possuem caso de comorbidade, que é quando uma mesma pessoa possui duas doenças diferentes, porém relacionadas, como ansiedade e dependência química ou depressão e dependência química.
Normalmente para tratamento de dependência química é necessário compreender a origem de tudo.
Muitas vezes o gatilho é o mesmo para a dependência e para a ansiedade e depressão.
Antes de iniciar o tratamento, o paciente é acolhido e submetido a uma avaliação psiquiátrica de suma importância para o diagnóstico mental e para identificação de possíveis variáveis, para que assim o tratamento seja mais efetivo.
No atendimento, o profissional busca compreender qual a relação do dependente com as drogas, quais são seus padrões mentais de comportamento e qual a sua compreensão sobre o vício e sobre os fatores que o influenciam.
Depois da compreensão de todos os aspectos, como também da análise da situação mental do paciente e da sua relação com as drogas, o tratamento é indicado.
O tratamento é personalizado e passa por um período inicial, com as fases de desintoxicação, conscientização e reinserção social. O tratamento deve seguir conforme evolução do paciente.
Para a maioria dos tratamentos, é necessária a internação do paciente, no entanto, apenas o profissional, baseado na análise psiquiátrica, que poderá indicar o tratamento correto para o dependente.
Assim, as pessoas com depressão e ansiedade estão mais sujeitas a se tornarem dependentes químicos e dependentes químicos também estão mais propensos a adquirir outros transtornos mentais, como depressão e ansiedade.
Por isso, se você – ou mesmo um familiar ou amigo – apresenta sintomas, não tenha medo de procurar um psicólogo. Ele é a pessoa mais indicada para ajudá-lo a entender o seu quadro – considerando seu corpo, sua mente e suas relações sociais – e ajudá-lo a prevenir a ansiedade ou dependência química e tratá-las.
No caso do tratamento, o papel do psicólogo é essencialmente ajudá-lo a reencontrar fontes de prazer que não dependam das substâncias químicas e, dessa forma, ajudá-lo a superar ou evitar o vício.
Fonte Bibliográficas